sábado, 31 de maio de 2014
A URDA - apontamentos 1976-1979
Apontamentos para Assembleias
Gerais da URDA
“Órgãos de Base,
funcionando como órgãos consultivos (em cada órgão deverá fazer parte um
elemento diretivo):
a)
MÚSICA e
CANTO
b)
CONVÍVIO e
RECREIO
c)
LITERATURA
d)
FOTO e CINEMA
e)
EDUCAÇÃO
FÍSICA e ATLETISMO
f)
FUTEBOL, BASKET,
ANDEBOL e TÉNIS DE MESA”
“Os diretores de
secção deverão elaborar relatórios, que apresentarão à direcção e consequentemente
à Assembleia Geral; assim como suas iniciativas e pretensões, no sentido da
expansão e desenvolvimento da Colectividade, serão sempre postas à aprovação da
direcção e ainda, caso esta o julgue conveniente, à Assembleia Geral; bem como
suas contas setoriais, tais como receitas e despesas respectivas. EXPLORAÇÕES,
BUFETES, ENTRADAS, SORTEIOS, ETC..”
“Deverão sempre que
julgarem conveniente, convocar em forma ROTATIVA, entre todos os componentes,
quer diretivos quer dos órgãos de base, no sentido de auxílio a cada órgão. Deverão
também especificar a origem das receitas, se em festas, recreativas,
desportivas, ou qualquer outras.”
“Precisamos
incrementar e fazer funcionar todos os setores que o distintivo desta
Colectividade insere (e que correspondem aos indicados, nos estatutos aprovados
em Assembleia Geral). São eles – Música e Canto, Teatro, Literatura e Cinema,
Educação Física e Atletismo, Futebol, Basket, Andebol e Ténis de Mesa, Convívio
e Recreio.”
“1977
135.871$10”
“1978
110.330$60”
Acta:
“Aos 28 de Janeiro de 1979, pelas 18 horas, na sede da Colectividade,
nesta freguesia de Arranhó e concelho de Arruda dos Vinhos.
À hora referida o presidente deu por aberta a sessão, para dar início
aos trabalhos, com a ordem prioritária:
1º Apresentação de contas e apreciação do relatório a apresentar pela
direcção e referentes ao ano de 1978.
2º Votação para os novos corpos diretivos, com funções a assumir
durante os próximos dois anos.
Baseado na alínea B do artigo 26º de nossos estatutos e como só houve
uma lista, o presidente propôs o adiamento desta assembleia, no sentido de dar
oportunidade a qualquer grupo de sócios, para usarem do seu direito de
apresentar uma lista concorrente e bem assim se poder cumprir em absoluto, o
citado artigo 26.
No entanto a assembleia que se constutuia, por sócios, ou seja pela
percentagem de __%, pronunciou-se por unanimidade, no sentido da aprovação da
lista apresentada pela direcção. Assim sendo, embora contrariando o disposto no
artigo 26º o presidente salvaguardou a sua posição no sentido do cumprimento
estatutário, expondo a sua posição, resignando-se à evidência.
Em virtude da lista apresentada, não ter ainda os lugares a cada um
destinados (…)
Que tomarão posse no próximo 10 de Fevereiro de 1979.
A apresentação de contas que foram aprovadas, apresenta um saldo
positivo em 31/12/78, para 1 Janeiro 79 foi de 110.330$60.
O presidente da Assembleia, na sua qualidade de sócio, apresentou uma
proposta que foi contrariada em parte, não tendo sido votada, mas que vai ser
exarada nesta acta e que é do teor seguinte:
A citada proposta é no sentido de uma subdivisão de todos os corpos
directivos, bem como de uma chamada de atenção no sentido de incrementar e
fazer funcionar todas as actividades previstas nos estatutos, aprovados em
assembleia geral.
São eles: artigo 2º a) música e canto, b) teatro, c) litratura, d) foto
e cinema, e) educação física e __, f) futebol, basquet, andebol e ténis de
mesa, g) convívio e recreio.
Como todos sabem após a aprovação dos estatutos, só se deu
impulsionamento ao sector do futebol! (devo esclarecer que nada me move no
sentido contrário a este facto). Devendo até, dentro do possível incrementar
essa prática.
Logo portanto, creio que todos lamentamos o facto d,e até agora, as
outras actividades a que se referem os estatutos terem sido postas de parte,
nomeadamente a música.
Que se não fora um grupo independente de sócios, sem qualquer apoio,
senão o seu gosto e força de vontade.
Esse gesto contribuiu sem dúvida, de impulso, como satisfazer, isolada
e às suas custas, o cumprimento de um dos sectores, por todos nós aprovados,
como contribuiram muito consideravelmente, em prol da nossa sede!...
Embora seja inegável, que este sector é dos primordiais, nada se fez,
para que ele possa continuar e subsistir; pois que há que criar uma escola de
música!...
Urgente sem dúvida é encarar o final das obras da sede, com a criação
de uma biblioteca.
Esta proposta que foi apresentada por escrito deverá fazer parte dos
arquivos desta Colectividade.
Não havendo mais o presidente deu por encerrada a sessão, pelas __
horas ___ que após lida e aprovada vai ser devidamente assinada.”
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Actividade Cultural - a S. U. R. A.
O União Recreativo e Desportivo de Arranhó, nasceu em 28 de Novembro de 1976, com a fusão da Sociedade União Recreativa Arranhoense (fundada em 18 de Maio de 1939) com o Clube Desportivo Arranhoense (fundado em 28 de Maio de 1952). (in Facebook )
O Boletim Informativo do U.R.D.A. teve o prazer de entrevistar o Sócio
Nº 1 da nossa Colectividade e Presidente da Assembleia Geral, o Sr. José Munhoz
Frade.
Sócio fundador da Sociedade União Recreativa Arranhoense (SURA), tem
desde sempre demonstrado uma grande dedicação à nossa Colectividade. Ausente no
Brasil durante longos anos, logo que pôde prontificou-se a colaborar com todas
as Direcções que tem passado pelo U.R.D.A..
P – O que sente por ser o Sócio Nº 1 da SURA?
R – É naturalmente com muito
agrado que sinto ser o Sócio Nº 1 da Colectividade, agrado que se baseia no
facto de ter sido o fundador da mesma. O que com outros sonhámos levar por
diante, esta aposta, e muito embora o sonho não esteja ainda totalmente
realizado, é certo que muito já se fez, por isso tenho motivo para estar
contente, pelo dinamismo que as Direcções que teem passado teem vindo a
manifestar.
P – Há anos que vem desempenhando o cargo de Presidente da Assembleia
Geral. Sente-se honrado por isso?
R – É bem verdade que sim, sinto-me
na realidade muito honrado pelos convites que as várias Direcções me têm feito
nesse sentido. Por isso digo me sinto muito honrado pela distinção que me tem
sido demonstrada, facto que com os anos que tenho de sócio me levam a sentir
distinguido com apreço e respeito por todos e especialmente pela Colectividade.
P – Esperava que o actual Grupo Directivo o convidasse para continuar a
desempenhar o cargo?
R – Embora entendesse que deveria
ser substituido mas pelo conhecimento que tenho das pessoas que iriam compor o
elenco, tudo me levou a pensar que seria convidado e, por se tratar de pessoas
que me merecem o maior respeito e amizade, e porque entendo que se trata de um
grupo de pessoas competentes para dirigir os destinos da Colectividade, entendi
que não deveria recusar o convite.
P – Todos os sócios da nossa Colectividade sabem que o senhor dispensa
um cuidado e uma amizade muito especial ao sector musical, não só por ser um
ex-executante, mas também por provas dadas nos últimos tempos aquando da criação
da Escola de Música. Será que a dita Escola está no seu todo a corresponder
àquilo que porventura anteriormente supôs?
R – Não o entendo totalmente
correspondido, já que a meu ver devo dizer que não contava com um factor que
infelizmente ainda se encontra enraizado nas pessoas, nomeadamente um certo
individualismo, que sem dúvida prejudica sempre os fins colectivos. No entanto
faço um reparo no que respeita aos elementos do actual conjunto filho de um
impulsionamento dado ultimamente, porquanto noto sensivelmente o tal
individualismo, como lamento que a Escola na sua essência “aprendizagem de
música solfejo” tenha sofrido uma paragem, o que consequentemente decerto
provocará um vácuo a médio prazo.
P – Qual o desejo que a médio prazo gostará de ver realizado na nossa
Colectividade?
R – Sem dúvida a ampliação da
Sede e com prioridade logo que fosse possível a sala destinada à Biblioteca, de
molde a que oferecesse condições de sossego, de comodidade, por forma a que os
utentes desta a possam usar convenientemente, como ainda isso mesmo fizesse com
que os mesmos respeitassem e dignificassem o local destinado a esse fim.
P – Aceitou de bom grado o aparecimento do nosso Boletim?
R – Sem dúvida, antes enalteço,
por se tratar de um Órgão modesto, mas que concerteza dentro das suas
limitações decerto fará o seu papel de Cultura e informação local, como ainda
da vida da Colectividade.
P – Para terminar gostaria de mencionar nesta entrevista algo que
porventura não tivesse sido perguntado?
R - Pois para terminar, naturalmente
que muita coisa haveria que eu gostaria de mencionar, não será possível devido
por certo a espaço, mas não deixarei de aproveitar esta ocasião para fazer um
apelo a todos os sócios do URDA, no sentido do máximo de colaboração a dar às
Direcções que foram passando por esta casa, sempre todo o apoio sem reservas de
determinados pensamentos derrotistas, mas sim encarando só a causa da
Colectividade: o seu bom funcionamento e consequentemente um connnvívio digno
duma Comunidade que se preza de ser para bem de todos os Arranhoenses.
Arranhó, 26/6/83
Actividade cultural - a Banda de Jazz
De uma esplêndida resenha histórica, de autoria de José Manuel Ferreira Luís, publicada no final de 1985 e de que aqui reproduzo os 'fac-similes', retirei alguns excertos relativos ao contributo cultural dado por meu pai, bem como à continuidade da semente que lançou.
(...)
"Incorformados com a pobreza da época, a falta de oportunidades para canalizar as suas energias e o desejo de progresso, um grupo de jovens arranhoenses liderados por José Munhoz Frade funda, em 18 de Maio de 1939, a Sociedade União Recreativa Arranhoense (S. U. R. A.).
Espelhando a ansiedade da juventude de então, são realizadas récitas e teatros de saudosa memória e, claro, alguns percalços... Numa ida aos Sabugos os nossos "artistas" não se saíram muito bem na representação e, não fosse o rápido abandono do palco, teriam levado uma valente tareia. Mas, apesar do insucesso, nem tudo foi mau pois conseguiram apurar 96$00 escudos.
Galvanizados pela dinâmica dos primeiros tempos da SURA, iniciam-se os estudos de solfejo em 1940 e, em 1942 estreia-se a trupe-jazz "Os Bem Entendidos de Arranhó" composta pelos seguintes elementos:
José Munhoz Frade - clarinete
Teófilo - trompete
Custódio Carreira Pinto - banjo, bandola
Manuel Assis - banjo, trompete
António Raimundo - bandola
José d'Além - saxofone alto
José Pinto - jazzbandista
António Carreira - bandola
Benjamin - viola
Mário Martins - Mestre
Sobrava então em entusiasmo o mesmo que continuava a faltar em dinheiro. Por essa razão, cada qual comprou a sua farda. Aliás, nessa altura a Sociedade não tinha dinheiro nem para pagar a renda. A orquestra apresentava-se galhardamente fardada com fato, calça e casaco pretos, camisa branca e laço preto.
Utilizavam instrumentos de cordas como base, só vindo a adoptar instrumentos de sopro mais tarde. Fizeram um enorme sucesso, deixando na memória de todos, momentos de inesquecível emoção."
(...)
"Em Novembro de 1949 consegue-se juntar um lote de entusiastas no estudo do solfejo, sob a batuta do Mestre Mário Martins. No Verão de 1950, mais propriamente a 13 de Agosto, elegantemente fardados de casaco branco, calça castanha, camisa branca e gravata azul, saem para as ruas da terra:
Álvaro Assis Lourenço - saxofone alto
António Barros - trompete
Evaristo Jacinto Luís - clarinete
António Soares - saxofone tenor
José Rodrigues Gonsalves - saxofone soprano
Francisco Lourenço Pulga - bateria
Luís Raimundo Reis - bateria
Domingos Munhoz Frade - saxofone alto
Domingos Burra - trombone
José Raimundo Luís - trompete
Mário Martins - Mestre, saxofone alto e clarinete
Nos bailaricos tornam-se um êxito modinhas como a "Grande Marcha de 1950", o "Vira do Carnaval", o "Vira das Romarias", o "Papai Adão", a "Marcha de Arranhó" e muitas outras mais. Os Bem Entendidos de Arranhó levam a sua música a todo o lado. De Arruda dos Vinhos à Ajuda, à Malveira, à Louriceira de Cima e a Arranhó de Baixo. Todas grandes jornadas de sucesso. Mais uma vez a população rejubila com a sua música e não regateia aplausos.
A mobilização dos mancebos para a tropa e a saída para a capital, em busca de trabalho e uma vida melhor tornam impraticável a continuação da orquestra."
Após o 25 de Abril,
"O entusiasmo e a solidariedade são a prática diária. Arranca a construção do novo edifício-sede da SURA." (...) "É neste contexto que, em 1975, José Raimundo Luís, Domingos Munhoz Frade e Álvaro Assis Lourenço se juntam para tentar levar por diante um seu projecto - fazer reaparecer a orquestra Os Bem Entendidos e, desse modo, ajudar a Sociedade a seguir em frente com as obras. Vão convidar o seu antigo mestre, e grande amigo da terra, Mário Martins. Outros contactos são estabelecidos e a ideia ganha rapidamente forma. A pouco e pouco à velha sede da SURA vão chegando novas caras para aprender o solfejo e ensaiar.
O Carnaval de 1976 é a data escolhida para reaparecer em público depois de 23 anos de ausência. Desta vez a farda será um casaco azul, calça creme e camisa branca. Do programa, constava a concentração dos elementos da Orquestra e do povo junto da velha sede, seguida de desfile até ao novo edifício da Sociedade. A exemplo de outros tempos, irão percorrer as principais ruas de Arranhó, Ajuda, Quinta do Paço e Outão. À noite, seria o baile com:
bateria - Luís Raimundo Reis e Francisco Lourenço Pulga
saxofone alto - Domingos Munhoz Frade, Álvaro Assis Lourenço e Joaquim José Além
saxofone tenor e vocalista - António Raimundo Reis
saxofone soprano - José Rodrigues Gonsalves
trompetes - José Raimundo Luís e António Raimundo Lourenço
clarinete - Joaquim da Conceição Luís
órgão - António Raimundo Assis
Foi um sucesso total. A adesão da população foi exemplar. Marchas, passo-dobles e viras fazem pular novos e velhos. Voltam a ouvir-se a "Marcha de Arranhó", o "Vira das Romarias", a "Ceifeira e o Cavador". As lágrimas sobem aos olhos de muita gente.
A partir daí os principais bailes da Sociedade são abrilhantados pelos Bem Entendidos. A Comissão de Festas do S. Lourenço não dispensa a sua participação no programa. Novas músicas são apresentadas e são um sucesso - o "Soleado", o "Rapaz da Camisola Verde", etc.. São tocados clássicos como "Coimbra" e "Cheira Bem, Cheira a Lisboa" e bem assim como os êxitos nacionais e estrangeiros da ocasião. Novos elementos,
António José Além - viola eléctrica
José Manuel Pinto - viola eléctrica
Carlos Manuel Ferreira Rodrigues - clarinete
vêm dar o seu contributo à orquestra, ainda que nalguns casos por pouco tempo.
Fazem inúmeras saídas - Paço do Lumiar, Casal das Barbas, Casais de S. Quintino, Fetais, Pé-do-Monte, A-do-Basso, Camondes, A-dos-Eiros, Alcobela, A-dos-Arcos, Refugidos, Campolide, Aldeia Gavinha, etc, etc..
28 de Novembro de 1976. Para unir o movimento associativo arranhoense no desenvolvimento das actividades recreativas, desportivas e culturais na terra é realizada a fusão da Sociedade União Recreativa Arranhoense com o Clube Desportivo Arranhoense para nascer o actual União Recreativo e Desportivo de Arranhó. A orquestra prossegue a sua colaboração e vive dois momentos de particular emoção - a inauguração do novo edifício-sede e a formação de uma Escola de Música.
Apadrinhados pelos Bem Entendidos, estreiam-se no palco em 1982,
José Manuel Machado Frade - viola ritmo
Vítor Rodrigo Conceição Lourenço - bateria
José Carlos Carvalho Alves - saxofone tenor
Paulo Jorge Gonsalves Luís - viola ritmo
Arnaldo Raimundo Assis - órgão
Luís Filipe Val Pinto - viola baixo
António Manuel B. S. Encarnação - saxofone tenor
Lélio Raimundo Lourenço - trompete
José António Severino Lourenço - vocalista
que adoptam o nome de Conjunto Nova Geração e conquistam desde o primeiro momento a simpatia de todos.
Para a orquestra a continuidade está à vista e, face a um certo desencanto e saturação, resolvem optar por uma paragem na sua actividade. Passam apenas a sair para a rua uma vez por ano, a convite da Comissão de Festas, para fazer a procissão da noite nos festejos de Agosto em honra de S. Lourenço.
O Conjunto Nova Geração, esse confirma as expectativas, apresenta rapidamente enormes progressos, passando as suas apresentações em palco a constituir verdadeiros espectáculos de música jovem."
pela Europa...
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