segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

de Valério Guerra


Querido Amigo, foi, o teu Pai!

Choro pelo teu
com saudades do meu.
Choro por ti
por saber o que sofri,

por amargar ainda
a vespa do luto,
por não voltar a linda,
a cepa que me fez fruto.

Destra lei da vida
que nunca nos prepara
para tamanha ferida
e a raiz desampara.

Quando um pai nos parte,
vão com ele fogos e auroras,
e o que sobra não tem arte:
secam campos, telhados, noras...

Fica-nos a vez
- e como dói essa vez! -,
de tornear um fio de luz
ao espinho que a morte induz.

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